terça-feira, 31 de março de 2009








Informação de utilidade pública








O combate à dengue é obrigação de todos

Na duvida tente. É flor, não é tóxica, então porque não?

A expansão da dengue interessa aos laboratórios que vendem milhares de frascos de remédios inócuos por dia.

Os governos municipais recebem verbas vultosas para combater essa doença, mas preferem aplicá-las em outras atividades (por que será ???).

Todo esse desleixo tem contribuído para o surgimento de novos tipos de Dengue, sempre mais resistentes e mais letais. No Rio de Janeiro, os casos registrados oficialmente aumentaram mais de 100% em relação a 2007.

Médicos alopatas prescrevem receitas com Tylenol enquanto falam aos pacientes que não existe cura para a doença, o que não é verdade. O cravo amarelo, conhecido popularmente como cravo de defunto, é baratíssimo e ecologicamente correto. Possui tons variados chegando ao laranja e suas folhas têm um cheiro inconfundível, que espanta o mosquito da Dengue.

O chá não tem cheiro nem gosto e os sintomas da doença (febre e dor) desaparecem em duas a três horas, normalmente.

Ajude a divulgar a cura da dengue pela medicina naturista. O nome cientifico do cravo amarelo é targetes erectus linn, que possui princípio antiviral eficaz contra o flaviviridae (vírus da dengue). Em muitas cidades é possível encontrar essa planta em floriculturas, praças, canteiros de avenidas e jardins. Também é comum encontrarmos nos quintais de casas da periferia. Em lojas especializadas, pode-se comprar sementes para plantar. Com o chá, em curto espaço de tempo, o dengoso não terá mais febre, dores em todo corpo, ânsia de vômito, etc., e não transmitirá o vírus para outras pessoas.

Em minha cidade, conheço um médico alopata que tomou o chá e se curou, passando a recomendar a seus pacientes, embora, continue a prescrever a medicação convencional do paracetamol, que não cura. O chá cura mesmo !!!

O chá pode ser tomado puro ou adoçado. O paracetamol pode ser tomado juntamente com o chá para aliviar a febre e as dores, imediatamente. Há registro de uma mulher grávida que não tomou o chá e perdeu o bebê.

Outro caso, a mulher grávida contraiu dengue, sua médica autorizou-a a usar o chá. Ela se livrou da dengue e toda gravidez transcorreu normalmente..

Outros nomes populares: botões-de-solteirão, cravo, cravo-francês, rosa-da-índia, tagetes e tagetes-anão. French marigold (inglês), clavel de índias (espanhol), marigold (francês), tagete (italiano).

Constituintes químicos: carotenóides, cineol, linalol, carvona, ocimeno, dextra-limoneno, fenol, anetol, eugenol, quercetagetina.

Propriedades medicinais: analgésica, aperitiva, antiespasmódica, anti-reumática, antitussígena, imunoestimulante, laxativa, peitoral, pesticida natural, purgativa, sudorífera, vermífuga.

Indicações: acne, aliviar problemas pancreáticos e de ouvido, angina, aumentar a resistência imunológica, autismo, bronquite, cólicas uterinas, crianças com deficiência mental, espantar insetos (pulgões, formigas, pernilongos), espasmo, furúnculo, dores reumáticas, melhorar o apetite, prisão de ventre, problemas de aprendizagem, resfriado, reumatismo, sudorífico, tosse, vermes e DENGUE.

Obs.: usado como floral: em choques emocionais, traumas, mágoas, debilidades sensoriais.

Parte utilizada: folhas, flores.

Contra-indicações/cuidados: não há registro.

Efeitos colaterais: não há registro.

Modo de usar para dengue: faça um chá, fervendo durante dois minutos cerca de 20 galhos em meio litro d´água. Tome morno, um copo pequeno (não tem gosto algum), a cada hora.

Este texto foi extraído de um repasse que circula na internet através de mails repassados por internautas. Como a notícia é muito importante , repasso.

Repassado e colocado no blog por Sarnelli
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segunda-feira, 30 de março de 2009

Voltando da pesca


Canoa sendo retida do mar após a pesca




Esta manhã estávamos indo visitar as nossas netinhas lá para as bandas de Itapoã , quando vi , passando pela praia de Amaralina , o que tinha acabado de ser uma puxada de rede . Pedi à minha mulher que encostasse o carro , desci , saquei algumas fotos dos pescadores tirando a canoa do mar e empurrando-a para a praia. A cena , para você imaginar : mar calmo e azul até o horizonte, ondas se espreguiçando na areia , céu da mesma cor e limpo de nuvens, muito sol , uma canoa , que é uma embarcação comprida cavada em um longo tronco de árvore , e muitos homens, pescadores, de ambos os lados, a maioria negros e todos tostados pelo sol , empurrando-a sobre fortes rolos de madeira para colocar a embarcação a seco , vencendo um forte aclive de areia fofa ! A canoa, em si , já é pesada , imaginem a força necessária para movimentá-la , ainda por cima , molhada !

A digital marcará a foto com a data de 29.03.2009 , dia do 460° aniversário da cidade do Salvador, fundada pelo português Tomé de Souza.

Algo que eu não vejo há muito tempo, é uma puxada de rede... Eu era criança e sempre estava vendo numa praia ou em outra,

aqui na orla de Salvador , da Barra a Itapoã , uma puxada de rede , da qual participavam, além dos próprios pescadores, gente do povo , moradores das proximidades de onde a pesca estava acontecendo, para ajudar a puxar a imensa e pesada rede que era colocada no mar , cercando enormes cardumes de peixes, normalmente xaréus . A puxada de rede era conhecida como pesca do xaréu . A rede era levada para o mar por canoas , após a localização de um grande cardume de peixes , que eram cercados e aprisionados dentro do círculo que ela formava . Era, então , puxada para praia , através de grossas cordas presas em ambas as pontas e sob cânticos apropriados, mantendo o ritmo da “ puxada “... Além de pesada por si só , a dificuldade ainda aumentava de acordo com a quantidade de peixes que estavam aprisionados. Uma puxada exigia a presença de muitas pessoas além dos pescadores. Era mesmo um acontecimento e todos ganhavam o seu prêmio . Parte dos peixes era levada pelo povão . Belos xaréus , grandes suficientes para uma uma boa moqueca ou mesmo na brasa . Era algo típico , cuja origem vem dos tempos da escravidão . Escravos libertos e sem trabalho, se dedicaram à pesca e um dos pontos mais conhecidos por aqui , era a praia do “ Chega nego “ , conhecida hoje como “Praia da armação “. O nome de Praia do Chega nego “ vem do fato de que tal praia , que fica a meio caminho entre Amaralina e Itapoã, era o local preferido para o desembarque de escravos . Os xaréus sumiram, a pesca acabou , mas alguns poucos pescadores ainda conservam algumas canoas , conseguem localizar alguns cardumes , que capturam para a sua subsistência e da sua família. Os que têm o DNA ( data de nascimento antiga ) como eu, que viram a pesca do xaréu, que comeram gostosas moquecas do tal peixe, que o digam. Na verdade , eles sumiram da costa . Outros tipos , que eram freqüentes, como as guaricemas,as cavalas, cavalinhas, agulhões , os barbeiros, os bodiões e outros tantos, também não enconstam mais . Viraram recordação , depois da instalação do emissário submarino... – Uma pena , ficamos na saudade !... Para compensar , ainda podemos fazer uma excursão marítima, partindo da Praia do Forte para ir ver as baleias que nos visitam na época do acasalamento e, com um pouquinho de sorte, até passar a mãos no costado de uma delas e ainda tomar um chuveirinho ...

Sarnelli , 29.03.2009


sábado, 28 de março de 2009

O paisagismo da nossa orla




Os coqueiros da nossa orla

Há tempos encuquei com algo que tem me chamando atenção aos poucos. Tão encucado fiquei , que, constantemente, pensava no assunto até que,... eureka !

Matei a charada , ou, pelo menos, penso que matei !

Tem alguns anos que venho percebendo que coqueiros replantados na orla não têm demonstrado vitalidade alguma . Da Barra a Itapoã, são os coqueiros e na estrada que liga Itapoã ao aeroporto, você encontra uma boa quantidade de palmeiras imperiais raquíticas e percebe logo que elas nunca crescerão o suficiente para se tornarem belas , como costumam ser. Não crescerão , nunca serão palmeiras imponentes ! Sinceramente , é uma pena você olhar e ver uma quantidade enorme de mudas raquíticas e outra de coqueiros velhos. A continuar assim, em alguns anos não teremos mais coqueiros na orla e, como imaginar Salvador sem coqueiros na Orla, se eles são, também , uma característica da terra ?.

É triste ver as mudas que não se desenvolvem . É preciso substituí-las urgentemente. Segundo o Prefeito, no fim de 2010 , a nossa orla deverá fazer inveja à de Miami ! Do jeito que estão as coisas, eu duvido . Será apenas mais uma das tantas promessas ! Não basta replantar as mudas, é preciso cuidá-las nos primeiros meses aguando-as ou aproveitar o momento oportuno , que está chegando , para realizar o plantio, aproveitando o período de temperatura mais baixa e o inverno .

E eu fico me perguntando porque acontece isso. Na verdade acho estranha essa história de transplantes de coqueiros e palmeiras já de certo porte. O que eu sempre soube, é que coqueiros são produzidos a partir do próprio fruto seco,que germina e são plantados em sua localização definitiva, para nunca mais saírem do lugar . O que eu tenho visto, é que dezenas e mais dezenas deles têm aparência raquítica e constatado que outros que estão plantados já há alguns anos, não fizeram progresso algum. Está na cara que tais mudas não vingarão. Aí está algo que eu não estou entendendo. Só estou vendo que já está na hora de a prefeitura rever o assunto e tomar as providências devidas , caso contrário, num futuro bem próximo, não teremos mais coqueiros nas nossas praias. Outra coisa : se, realmente , o plantio na forma em que tem sido feito é correto, é preciso estar atentos à qualidade das mudas.. Que sejam sadias, para que cresçam bem .

Sarnelli

16.03.2009


quarta-feira, 25 de março de 2009

Uma aventura com o fusquinha


Nós e o nosso fusquinha

Uma amiga minha me fez um comentário sobre uma historinha que coloquei no meu blog, que ilustrei com um belíssimo fusquinha ano 65, muito bem conservado, de um quase vizinho, que mora na pracinha, perto de mim...

O comentário da amiga me recordou uma viagem que fizemos de Salvador a S.Paulo, também num fusquinha. Só que de 1960 . Um Fusquinha 1.200 que, praticamente, andava só com o cheiro da gasolina . A data não é precisa, porque o fato estava lá do fundo do baú , de onde eu acho que nunca pretendia tirá-lo , mas...o comentário mexeu com a memória e ressuscitou o assunto. Depois de considerar diversas ocorrências, pelas nossas contas, fica estabelecido o ano de 1965 para a viagem. A família já estava completa . Éramos eu, a Paola , os dois meninos e um fusquinha , carinhosamente batisado de “ Herbinho “....Quem viu o filme “Se o meu fusca falasse “ , vai entender o porquê do apelido...

Bem, durante um tempo, me dediquei a programar a viagem com todo cuidado , prevendo todas as eventuais necessidades e a providenciar para que o fusquinha fosse todo vistoriado, para ter tranqüilidade na viagem. Não nos lembramos, eu e Paola, quando a viagem começou. Foi num dia qualquer de um ano que estimamos ter sido 1965. Preparado o carro, escolhemos o dia e saímos bem cedinho para a nossa aventura. Eu, a Paola e os nossos dois filhos. Bagagem suficiente para um bom tempo de viagem, inclusive utilizando um bagageiro sobre o teto do veículo. Pegamos a estrada e lá fomos nós pela BR324 ! A primeira cidade pela qual passamos foi Feira de Santana , mas fomos em frente . Só havíamos rodado 110 quilômetros. Tínhamos lanche e água a bordo e viajamos o dia todo , parando numa pousada além de Conquista , quase na divisa de Minas Gerais. Tivemos uma noite repousante . Naquele tempo, a Paola ainda não dirigia. Após o café, peguei no volante e tocamos para estrada. Os meninos viajavam na parte traseira brincando e brigando o tempo todo, dando um pouco de trabalho . Era preciso que eles ocupassem o tempo de alguma forma, pois tínhamos centenas e centenas de quilômetros pela frente, para vencer em três dias de viagem , na nossa marcha de cruzeiro , ou seja, velocidade controlada...Não dava para forçar a barra, sob o risco de ficarmos no caminho. A paisagem ia passando e ficando para trás. Passamos por uma cerâmica perdida naquela imensidão de espaço, com uma chaminé muito alta . Ora uma casinha isolada no meio de uma mata e num aclive, um riacho , um rio , morros , pontes e muita mata de ambos os lados... Carros, ônibus ou mesmo um caminhões nos ultrapassavam e sumiam no panorama... Em certos trechos, retas infindáveis e muitas curvas também. Tínhamos tanta bagagem que, até por baixo dos bancos havíamos enfiado coisas, inclusive a maquininha de fazer macarrão ! A estrada era boa , mas os locais de parada eram péssimos, notadamente os restaurantes e os sanitários. Mas, fomos levando e vencemos os quilômetros até Santos com uma outra dormida na estrada, sempre numa pousada , mas não me lembro onde. E o Herbinho ia se comportando. A estrada estava boa, naquela época e a paisagem maravilhosa . O carrinho era um pouco bastante desconfortável para uma viagem tão longa, mas não era possível querer demais. Após a nossa chegada em Sampa , foram precisos alguns dias de recuperação para curtir a nossa estada com a turma. Passamos, não me lembro quanto tempo. Santos, S.Paulo , Atibaia , Guarujá, Itanhaém , no sítio dos tios , onde até tivemos um dia de caçada, quando, na verdade , fomos a caça de um guarda florestal que nos perseguiu no mato após ouvir os primeiros tiros. Aconteceu que eu havia comprado uma Rossi 28 e estava caçando sem licença. Felizmente ele não descobriu a arma escondida em baixo do tapete da rural e tudo acabou dando certo . Eu não estava só. Os companheiros tinham portes e licenças. Apenas uma advertência e fim do esporte. O caso virou brincadeira porque de caçadores nos transformamos na caça... O sitio, estava instalado num terreno em elevação onde havia, na parte baixa , uma pequena lagoa com peixes. À meia altura , a casa, e, subindo, um parreiral . Naquela ocasião havia até um barril de suco fermentando, mas não deu tempo de esperar para ver como seria aquele vinho. Depois soubemos que azedou... Nos divertimos bastante , com algo inusitado. Perto do sítio, havia uma plantação de pinheiros e a tia Santina havia descoberto que , na base dos pinheiros, nasciam cogumelos comestíveis! Várias vezes fomos ao pinheiral munidos de cestos, para colher os cogumelos que estavam sempre escondidos sob a palha solta pelos próprios pinheiros. Comemos cogumelos de todos os jeitos e maneiras e ainda trouxemos uma boa quantidade na nossa bagagem. Parte deles eram sempre secos à sombra em local relativamente quente.

No sítio, durante as noites, o tempo esfriava e os dias amanheciam úmidos e com uma névoa que só começava a se dissipar em torno das 9,30 . Depois de alguns dias , voltamos para S.Paulo , onde nos baseamos e de lá quase sempre dávamos uma escapada até a casa de Marina, em Santos. Fizemos alguns passeios por Guarujá, São Vicente, Praia Grande . Foram dias belíssimos, passados com a família. Naquela altura a família estava completa . Depois, foi diminuindo de um lado e crescendo do outro. Mas, como nada dura o tempo todo, chegou a hora de escolher uma data e preparar o Herbinho para rolar mais de 2000 quilômetros pelo asfalto da BR até a nossa casa , sem esquecer o casal de coelhos angorás que os meninos haviam ganho da tia, que foram instalados em uma gaiola de madeira , bem ventilada , mas protegida do vento da estrada .Viajariam no bagageiro do teto ! ...bagageiro abarrotado, inclusive com dois pneus extras para o caso de necessidade . A estrada era tranquila. Pouco movimento.

Chegou o dia., Na véspera procuramos dormir cedo , levantamos de madrugada , e depois do café da manhã, estrada ! Primeiro, achar a saída para pegar a Dutra Os primeiros momentos foram de alguma tensão , mas, depois, relaxamos quando pegamos a ponta do asfalto e começamos a rolar de volta para casa. O Herbinho, coitado, deslocava o peso de dois adultos, duas crianças e mais o de toda a bagagem. E olha que era um Fusquinha 1.200 , não era lá esse Brastemp todo ! Seguimos viagem num dia de sol bom e cortamos para passar por Petrópolis , subindo e serra e passando em frente ao Palácio de Vidro. Até aí o fusquinha se comportou legal , mas começou a reclamar e foi preciso dar uma paradinha em Volta Redonda para regular uma válvula. Felizmente, encontrei uma oficina e um mecânico de boa vontade que, em cerca de uma hora , resolveu definitivamente o problema. Seguimos em frente . Nos sustentamos na base do lanche e bebemos a água que tínhamos a bordo. Lá pelas cinco da tarde chegamos a um local onde havia um posto , um restaurante e acomodações para passarmos a noite. Já estávamos cansados de um dia inteiro na estrada e tínhamos que tomar uma decisão. Seguir em frente e ser apanhados pela noite quem sabe onde, ou ficar ali mesmo , jantar e descansar para partir cedo no dia seguinte ? O sol ainda estava por se pôr. Ficamos . Foi o que fizemos. Tomamos banho e fomos para o restaurante . Não queríamos comida pesada, de sorte que pedimos uma salada mista que ficou famosa. O cara a serviu numa grande travessa oval e tinha de tudo. Claro que, em casa, durante muito tempo, aquela salada e a lembrança da nossa passagem pelo local, cujo nome não me lembro, mas que era algo assim como Porto não sei de que... foi , praticamente oficializada.

Tivemos uma noite tranqüila e acordamos cedinho para prosseguir . Tomamos a estrada e começamos a rolar , como eu não dirigia um Brastemp, rolava dentro das possibilidades e sem pressa alguma, tendo tido, até mesmo , a opotunidade de, em alguns momentos, de curtir a paisagem . Ora a faixa de asfalto estava completamente dentro do mato, ora acompanhava por muito tempo um rio que seguia paralelo a estrada e no mesmo nosso sentido. Uma casinha isolada, aqui e outra a quilômetros de distância, mais adiante um posto de beira de rodovia . Eu aproveitava para reabastecer. Era bastante ver um posto, que reabastecia o Herbinho, que viajou sempre de tanque cheio. E aproveitava para dar uma olhada nos coelhos .

Na parte de trás, os meninos, ora dormiam , ora faziam bagunça. Como ainda havia muito asfalto pela frente , era torcer para que eles, de alguma maneira se distraíssem . E foi assim, com o Herbinho engolindo o asfalto , metro por metro, quilômetro por quilômetro , que chegamos à divisa de Minas com Bahia e paramos novamente no mesmo local da ida, para passarmos a noite. Precisávamos de um bom banho, de nos alimentar e de dormir bem , pois o dia seguinte seria decisivo e teríamos que fazer o resto de uma esticada só...

Foi um dia duro, porém tranqüilo. Apesar de estar conduzindo um fusquinha 1.200 com todo aquele peso a ainda ter que enfrentar alguns aclives , tudo foi bem. Claro que aproveitava, sempre dentro da minha margem de segurança , os declives. Haviam trechos de estradas perigosíssimos pois eram retas que não acabavam nunca, o que fazia com que o trajeto fosse monótono. Mais o calor que emanava do asfalto, dava muito sono... Você via a estrada fechando lá longe como um funil, andava e andava e parecia que não estava saindo do lugar . Na verdade você estava andando , mas a monotonia era um grande perigo. Era preciso conversar para manter os sentidos alerta. Não me lembro onde paramos nesse dia para o nosso almoço . Devemos ter parado, certamente, em algum lugar, pois àquela altura não tínhamos mais nada e precisávamos mesmo nos alimentar. O mais difícil em toda a viagem, tanto na ida como na volta, foram os pontos de parada que eram verdadeiros desastres. Os meninos não conseguiam usar os sanitários, nem nós. O problema só foi mesmo resolvidos depois de alguns dias que já estávamos em casa...

Isso, foi naquele tempo. Hoje, as coisas devem ter melhorado . Pelo menos os pontos de paradas onde os ônibus descarregam de uma só vez 40 sofredores, muitos deles farofeiros. Mas , em compensação , a estrada naquela época , inspirava confiança, o tráfego era menor e ainda havia aquele espírito de solidariedade de um ajudar o outro , no caso de alguma necessidade. Hoje não se pode confiar em ninguém. Até ônibus são assaltados e passageiros depenados, sendo largados no mato apenas de cuecas ou calcinhas...

De lá para cá, as estradas se deterioram. Estão cheias de buracos, têm sinalização deficiente . Depois de vencidas tantas primaveras, não a faria de novo . Mas, uma coisa , é certa. A viagem deixou saudades. A disposição e boa vontade do Herbinho mostrou que tamanho não é documento. Certo que viajar num Toyota, num Mercedes, é outra coisa, mas o Herbinho nos levou e nos trouxe , foi o herói da jornada. Havia relativamente pouco movimento , mas pesado. Sempre encontrava um caminhão pela frente e era preciso seguí-lo e aguardar uma boa e segura oportunidade para realizar uma ultrapassagem . Era necessário, caso contrário levaríamos uma semana na estrada. E O Herbinho fez isto também, com muita valentia... Muitas das ultrapassagens foram conseguidas com a colaboração dos próprios motoristas que assinalavam os momentos oportunos e diminuíam um pouco para que você passasse com facilidade. Agradecia com um toque de buzina e um dedo para fora com o sinal de positivo ! Em compensação ônibus e carros mais velozes nem tomavam conhecimento da minha presença na estrada...

Pena que naqueles tempos eu não tivesse a mania das fotos para ter documentado parte do acontecimento.

Sarnelli 23.03.2009