sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mais uma crônica do Reinhard



Esta foto que ilustra esta postagem nada tem a ver com op texto. Ela foi clicada de dentro do Forte de São Marcelo e mostra parte de Salvador, vista do mar.



Os prejuizos que a burocracia causam...

Hoje estou colocando no ar um artigo de um amigo meu , o austríaco mais baiano que conheço , ferrenho defensor das coisas do seu bairro, a Barra , e de qualquer outro , e ainda qualquer coisa a mais que se refira a Salvador. Para quem não identifica o termo “ comércio” usado por Reinhard, esclareço que é a parte baixa da cidade , a mais antiga, boa parte recuperada ao mar , onde funcionou por muito tempo o alto comércio baiano e onde está também o porto marítimo. Com o tempo , as empresas que funcionavam no espaço foram se deslocando para novos centros e os casarões sofrem com o abandono dando vez ao tempo que os vai consumindo. Como são prédios tombados , nada acontece à medida que o tempo vai passando e degradando-se por falta de manutenção e , principalmente, por culpa da burocracia... Lei o desabafo do amigo .


Deterioração do comércio


Não conheço os projetos do pólo hoteleiro na cidade baixa, nem tenho idéia exata do impacto real causado pela ampliação do aeroporto 2 de Julho...

Venho formando opiniões à luz do que presenciei desde quando participei do Conselho Municipal do Meio Ambiente em meados da década de 90.
Lembro do alvoroço dos ambientalistas pelo fato de haver necessidade de mexer com meia dúzia de metros cúbicos de areia para concretizar a Marina da Av. do Contorno.
Votei a favor do projeto e vejo que o espaço ficou bom... até agora...
Na mesma época, um parque aquático instalado na Av. Paralela deveria disponibilizar uma APA, uma área de proteção ambiental prevista no projeto original. Algo que nunca saiu do papel, nunca foi feito. Quem como eu ficou esperando algum estardalhaço por parte dos ambientalistas ou do então secretário do meio ambiente, ficou frustrado. Houve apenas um muxoxo... e olhe lá!

Nos últimos anos pouco mudou! Sei que ainda existem grupos ambientalistas porque alguns são amigos meus. Só por isso. Não por brigarem contra a "desmatança" ao longo da Av. Luis Viana Filho, conhecida por Av. Paralela.
E tome-lhe Alphaville, Betaville, Deltaville... Ômegaville... e os mostradores ultrasensíveis dos novos decibelímetros adquiridos com o dinheiro do contribuinte nem se mexem... Durante todo esse desmatamento comparável ao que acontece nas novas fronteiras agrícolas no Pará e no Mato Grosso, os nossos ambientalistas têm feito um silêncio tamanho que daria para ouvir um pum de uma cotovia!
Agora, que o Aeroporto 2 de Julho precisa ser ampliado, os ambientalistas estão de volta para defender o que caçambeiros costumavam carregar num único dia. É o que me contam os periquitos, cuja revoada se instalou ultimamente nos telhados dos prédios ao longo da Rua 8 de Dezembro... depois de serem expulsos de uma dessas Gamavilles!

Saudosista incorrigivel que sou, gosto de andar pelo bairro do Comércio. O que não gosto é de ver escombros de prédios que outrora conheci altivos e majestosos.
Ai de quem ouse apresentar um projeto de um hotel! Esse alguém será excomungado, trucidado, esquartejado.
A impressão que se tem é: *cair de podre pode! *O que não pode é construir alguma coisa que seja viável! Será isso mais uma maluquice para o meu caderninho comprado lá pela Praça Conde dos Arcos antes de comer um sanduiche de pernil nos meus amigos Manolo e Fernando ou tomar um caldo de feijão no Colon de Juan e Mara, pais do futuro campeão de F-1 Juan Manoel?

Será que um pólo hoteleiro na Península Itapagipana não representaria um beijo na Bela Adormecida para revitalizar uma parte da cidade estagnada há décadas?

Todas essas maluquices me lembram uma canção de um "patrício" meu.
Lembram Eduardo Dusek cantando:"troque o seu cachorro por uma criança pobre...".
Que tal a gente trocar nossas utopias por uma cidade viável e moderna?

Reinhard Lackinger

Postagem autorizada pelo autor Sarnelli

31.07.2009







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